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O "guerrilheiro" Tarso e Candice |
Uma das coisas que me deixa irritado é economia de opiniões. Para que poupar se a fonte é infinita. Se os posicionamentos farão desafetos ou admiradores é consequência. Assim pensava um jornalista que marcou história nas décadas de 60 e 70 no Brasil do AI-5.
Em 20 de maio de 1991, Tarso de Castro partiu para tomar seu “drinque no inferno”. Gaúcho de coração e carioca por vocação, foi um dos criadores de O Pasquim, jornal que fez história ao ser concebido na égide dos anos de chumbo da ditadura milico-empresarial. É de Tarso, o DNA sarcástico e debochado do semanário.
Polêmico, brigão e subversivo, Tarso era daqueles "malditos" que fechava bares, alugava carros e aprontava em hotéis de luxo, ao melhor estilo Gonzo. Comprou brigas homéricas pelas redações que passou – com diretores e editores – mas nem mesmo os amigos mais próximos escapavam de seu temperamento tempestuoso.
Em 20 de maio de 1991, Tarso de Castro partiu para tomar seu “drinque no inferno”. Gaúcho de coração e carioca por vocação, foi um dos criadores de O Pasquim, jornal que fez história ao ser concebido na égide dos anos de chumbo da ditadura milico-empresarial. É de Tarso, o DNA sarcástico e debochado do semanário.
Polêmico, brigão e subversivo, Tarso era daqueles "malditos" que fechava bares, alugava carros e aprontava em hotéis de luxo, ao melhor estilo Gonzo. Comprou brigas homéricas pelas redações que passou – com diretores e editores – mas nem mesmo os amigos mais próximos escapavam de seu temperamento tempestuoso.
Um "enigma" sempre foi uma pulga atrás das orelhas de seus camaradas: o charme do maldito. Mesmo desajeitado, feio, desleixado consigo mesmo e sem onde ter para cair morto, tinha em seu currículo um rol de casos com belas mulheres. De uma dessas aventuras, uma história ao "estilo Tarso" em seu namoro com a atriz estadunidense Candice Bergen.
O jornalista adorava exibir uma fotografia pessoal ao lado do revolucionário Che Guevara. Já a atriz se vangloriava de “ter ficado com um guerrilheiro que participou da revolução cubana”. A pobrezinha – que dizem as más línguas – fazia mais sucesso pela beleza do que outro atributo, caiu no "conto do malandro". A foto foi tirada por Tarso na condição de entrevistador quando o argentino esteve em visita ao Brasil.
Após seus 30 anos ininterruptos de álcool e sua oitava hemorragia interna, Tarso foi tomar seu scotch em outro universo. O dia: 20 de maio de 1991. Uma morte que não surpreendeu os mais próximos, pois ele mesmo pregava que “após os 40 anos a vida não teria mais graça”. Viveu nove a mais do que o limite.
Seu corpo foi transladado para Passo Fundo, sua cidade natal. Lá um personagem símbolo dos anos de chumbo lhe esperava: Romeu Tuma, então superintendente da Polícia Federal, que disparou: “Restos mortais de um subversivo boca suja”.
Tuma tinha razão, pois Tarso subverteu o jornalismo. Nas palavras de Otto Lara Resende “Tarso tinha defeitos visíveis e qualidades nem sempre visíveis, sobretudo para quem o via de longe, ou o sofria de perto”.
"Devo ter todos os defeitos possíveis, mas faço questão de exercer minhas virtudes"
Interessante figura.
ResponderExcluirLembro que houve uma nova empreitada com o título 'Pasquim' nos anos 2000 e pouco... Lembro que li alguma coisa, mas creio que não ficou tanto tempo nas bancas não... Deve ter tido algumas edições...
Bem legal esse teu texto, gostei.
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