sexta-feira, 6 de maio de 2011

Reitoria ocupada - "Unioeste com fome"


O movimento estudantil de Cascavel parece estar saindo de um longo período de hibernação. Pela segunda vez em um intervalo de cinco dias, estudantes da Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná) ocuparam a reitoria da instituição para reivindicar um RU (restaurante universitário) e uma Casa do Estudante.

O espaço foi tomado por quase três horas, período em que os acadêmicos - devidamente adereçados com nariz de palhaço - entoaram palavras de ordem, ritmadas pela bateria, alusivas a necessidade do restaurante e direcionadas ao reitor-interventor Alcibiades Orlando como: "Fome, fome, fome, é RU" e "Interventor a culpa é sua, hoje o almoço é lá na rua".

A conquista de um RU para universidade se justifica em números. Enquanto um aluno da Unioeste gasta em média R$ 160 mensais com alimentação nas redondezas, um estudante da UEL (Estadual de Londrina) gasta R$ 52, da UEPG (Ponta Grossa) R$ 47, da UEM (Maringá) R$ 40 e da UFPR (Federal do Paraná) R$ 32. Esses dados por si só mostram que o RU para Unioeste "não tem preço".

"Em média gastamos R$ 160 por mês, enquanto em outras instituições a média fica em R$ 40. Agora depende do reitor, mas como ele não foi escolhido pelos estudantes, mas sim pelo governo, não sei se isso acontecerá. Estamos lutando para que aconteça", disse Cristiano Ribeiro de Lima, estudante de Odontologia. Opinião reforçada por Sara Castaman, acadêmica de Ciências Biológicas. "O restaurante seria uma grande conquista especialmente para quem vem de outra região, ou mora sozinho".

Pelo menos nos dias de protestos os estudantes não precisaram desenbolsar nada. Enquanto na primeira manifestação o prato foi um risoto, nessa sexta-feira foi preparada uma bela macarronada da "mama" servida e degustada em frente à reitoria. Lá dentro, na sala do manager, representantes dos Diretórios Centrais de Estudantes de Cascavel, Toledo e Marechal Rondon cobravam uma outra mama, a "mãe Estado", simbolizada na figura do reitor-interventor.

Ao fim da ocupação, uma luz no fim do túnel com a promessa que os projetos para implantações do RU e da Casa do Estudante serão levados à sério (será?). Para o presidente do DCE de Cascavel, Elio Jacob, "a reunião foi um passo positivo, mas as mobilizações não cessarão".

Independente de onde essas reuniões podem levar, da burocracia peculiar e a politicagem explícita de mandatários, o fato é que os acadêmicos da Unioeste parecem estar protagonizando um despertar de um movimento estudantil  até então adormecido.

2 comentários:

  1. Caro colega, a luta dos estudantes é legitima, sou acadêmico da UNIOESTE e nem tenho residência no local do campus e só quem se desloca todos os dias de sua cidade sabe a dificuldade em se manter nesta rotina para conseguir uma formação decente, mas uma coisa é certa: se os estudantes forem com conotações politicas partidárias, esqueçam RU e Casa do Estudante, pois isso apenas vai deixar explicitamente que apenas quem tem suas pseudo articulações politicas podem conseguir algo, falo isso por essas pessoas que carregam bandeiras de petÊ, ujotaésse ou qualquer outra(escrito desta forma propositalmente) pois, se demonstrar isso, fica claro e evidente que os pauzinhos não são mexidos legitimamente pelos estudantes, mas sim por outras pessoas que nem cabe aqui dizer.
    Abraços e tbém estou nesta luta, não para minha pessoa, mas para futuros acadêmicos, pois, sem querer ser romântico, mas sendo, a semente de um ideal está sendo plantada.

    Calouro 1º ano Ciências Sociais/UNIOESTE - Campus Toledo.

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  2. Valeu pelo apoio Julio. Segue link com discurso dos presidentes dos DCE's Cascavel, Toledo, Marechal
    http://www.youtube.com/watch?v=d0dr_lAQuKA
    abraços!

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