sábado, 26 de abril de 2014

Ato marcará Dia em Memória das Vítimas de Acidentes de Trabalho

Péssimas condições de trabalho em frigoríficos será um dos focos
O Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho, 28 de abril, será lembrado com ato público em Cascavel. O evento é organizado pelo SintiAcre (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Alimentação de Cascavel), Sindepospetro (Sindicato dos Empregados em Postos de Serviços de Combustíveis e Derivados de Petróleo de Cascavel e Região), APP-Sindicato-Núcleo Cascavel, MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e Paróquia da Ascensão da Igreja Anglicana.

A concentração será a partir das 9 horas, na Boca Maldita, no calçadão da Avenida Brasil. Os manifestantes farão caminhadas até o Ministério do Trabalho e o INSS, onde entregarão uma carta aberta à população. O principal objetivo é chamar a atenção da sociedade para a gravidade dos acidentes de trabalho no Brasil, especialmente denunciar as péssimas condições de trabalho a que estão expostos os trabalhadores de frigoríficos avícolas e de carnes na região Oeste do Paraná.

As doenças do trabalho são comuns no processo de produção dos frigoríficos, pois a organização do trabalho geralmente ocorre em linhas de montagem, especialmente nas nórias, onde os frangos são pendurados, causando LER (Lesões por Esforço repetitivo) e DORT (Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho), além dos casos de mutilados. "Esses trabalhadores estão expostos a carga excessiva de jornada de trabalho, ambientes insalubres, gestos repetitivos, hora determinada para ida ao banheiro ou beber água", comenta o reverendo Luiz Carlos Gabas, da Igreja Anglicana de Cascavel.

Segundo dados da OIT (Organização Internacional do Trabalho), divulgados em 2013, 2 milhões de pessoas morrem por ano por conta de doenças ocupacionais no mundo. Já o número de acidentes de trabalho fatais ao ano chegam a 321 mil. Neste panorama, a cada 15 segundos, um trabalhador morre por conta de uma doença relacionada ao trabalho. No Brasil, são quase 4 mil mortes anualmente em decorrência de acidentes de trabalho. Os dados da OIT colocam o país como quarto colocado no ranking mundial de acidentes fatais de trabalho.

Porque 28 de abril?

Em 28 de abril de 1969, a explosão de uma mina nos Estados Unidos matou 78 trabalhadores. A tragédia marcou a data como o Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidentes do Trabalho. Encampando essa luta, mas com foco na prevenção, a Organização Internacional do Trabalho instituiu em 2003 o 28 de abril como o Dia Mundial de Segurança e Saúde no Trabalho.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

7 de abril: Aos 'mal-ditos' cães de guarda

Spider Jerusalem, repórter que protagoniza
a série em quadrinhos 'Transmetropolitan'
Dia 7 de abril é lembrado o 'dia do jornalista', profissional por vezes amado por vezes odiado, mas especialmente pouco valorizado. Por vezes submisso, por vezes transgressor, alguns burocráticos, outros 'errantes', nômades em busca de novas oportunidades, da história perfeita ou do próximo destino indicado pelo local do freela na passagem do busão.

Afirmar que a data é momento de reforçar lutas para necessidade da valorização da profissão e do profissional jornalista é natural (e obrigatório), então vale lembrar daquele profissional cada vez mais distante das redações, 'malditos' jornalistas que servem de inspiração para alguns e são sinônimos de transgressão para outros pelo simples fato de terem e emitirem opinião, não se contentando com estado natural das redações (cada vez mais geladas e lineares) no status quo midiático.

Aqueles que não querem brilhar como 'estrelas', não se importam com badalação, não querem dar 'carteiraço', tampouco são vislumbrados com a função, pois a desempenham com prazer e, sobretudo, com qualidade para que ela atinja o interesse público.

Não se preocupam com status diferenciado, não querem agradar superiores ou apenas 'mostrar serviço', fazendo conchavo ou média com as chamadas fontes oficiais, sejam elas do poder público, privado ou do Estado policial. Não querem levar a frente apenas a transmissão de pensamento daqueles que assinam suas carteiras (quando assinam!). Não querem ser meros porta-vozes dos poderosos.

Não se importam com a transgressão de regras pré-estabelecidas, em alertar para o 'terrorismo' que muitas vezes acontece no interior de redações, mesmo que isso lhe custe a garantia do retorno à ela ou que seja uma passagem direta o setor de recursos humanos da empresa. Aceitam ir do inferno ao céu desde que sua liberdade não seja cerceada, pois "um jornalista sem voz é como um animal castrado".

Querem usar palavras para dizerem verdades inconvenientes – que muitos não enxergam e outros fingem não existir. Miram cidades depravadas e viciadas de costumes atrasados, atitudes autoritárias e repletas de falsos moralismos como uma grande oportunidade de denunciar verdades óbvias ocultas nas quantidades excessivas de informações.

Suas lutas vão desde lutar contra limites de caracteres até as propagadas linhas editoriais. Profissionais independentes que incomodam governos e os 'barões da comunicação'. Profissionais que gostam do povo, das personagens, vêem nelas mais importância que a pauta em si. Não suportam telefones ou emails, gostam do contanto com as fontes, gostam de pisar no barro.

Para alguns o cigarro é o maior companheiro, para outros o café serve para 'aliviar' a tensão e servir de inspiração. Não estão preocupados com a repercussão de sua ‘anti-convencionalidade’ ou a estereotipagem que isso poderá acarretar. Por vezes escreve com ironia algumas situações em uma tentativa incessante e desesperada de fugir de suas angústias.

A todos esses 'malditos' – por vezes geniais e sempre geniosos – os parabéns pelo dia do j
ornalista, lembrando especialmente os que já se foram e ensinaram muitos. Profissionais que como citou o filósofo Karl Marx são a 'boca e olho onipresente', verdadeiros 'cães de guarda públicos'.