sexta-feira, 18 de julho de 2014

Cimi: Pelo menos 53 índios assassinados em 2013

Comunidade Guarani de Diamante do Oeste (PR) | Foto: Júlio Carignano
O Cimi (Conselho Indigenista Missionário) divulgou nesta quinta-feira, dia 17 de julho, relatório sobre a violência contra os povos indígenas no Brasil. Segundo o órgão, das 1.047 áreas reivindicadas por povos indígenas, apenas 38% estão regularizadas. Os assassinatos, um total de 53 vítimas, são consequência de conflitos pela disputa por terras e da omissão do governo federal. Confira abaixo os números apresentados pelo relatório.

- Violência contra o patrimônio: 97 casos

- Conflitos relativos a direitos territoriais: 10 casos

- Invasões possessórias, exploração ilegal de recursos naturais e danos diversos ao patrimônio: 36 casos

- Assassinato: 46 casos (53 vítimas)

- Tentativa de assassinato: 29 casos (328 vítimas indígenas, estudantes e 4 comunidades)

- Homicídio culposo: 10 casos (13 vítimas)

- Ameaça de morte: 10 casos (14 vítimas indígenas e várias comunidades)

- Ameaças variadas: 10 casos (35 vítimas indígenas e várias comunidades)

- Lesões corporais dolosas: 7 registros (8 vítimas e 1 comunidade)

- Abuso de poder: 2 casos (6 vítimas e 1 comunidade)

- Racismo e discriminação étnico cultural: 23 ocorrências (3.618 vítimas indígenas, várias comunidades e povos do Brasil)

- Violência sexual: 11 casos (10 vítimas e 1 comunidade)

- Suicídio: 54 casos (56 vítimas)

- Desassistência na área de saúde: 44 casos (437 vítimas)

- Morte por desassistência à saúde: 6 casos (7 vítimas)

- Mortalidade infantil: 5 casos (6 vítimas)

- Disseminação de bebida alcoólica e outras drogas: 4 casos (3.215 vítimas)

- Desassistência na área de educação escolar indígena: 22 casos (467 vítimas)

- Desassistência geral: 39 casos (3.826 vítimas)


Fonte: Cimi

sexta-feira, 11 de julho de 2014

O compromisso do governo com os monopólios da comunicação

Nildo em seminário na Unioeste (Cascavel), em 2011
* Nildo Ouriques

O programa ‘De Zurda’ é do canal venezuelano TELESUR. Nós brasileiros não podemos ver em canal aberto. Não creio que TELESUR representa um projeto revolucionário de televisão; longe disso. Nem em conteúdo e menos ainda em estética e linguagem. No entanto é infinitamente mais aberto e melhor quando comparado com qualquer "coisa" que sofremos aqui.

Ainda que a torcida argentina cante que Maradona é melhor que Pelé (como poderia ser diferente!?), os gritos são incapazes de mudar a arte e os números do Rei. Tal reconhecimento não me impede de ver a arte de Maradona e sua posição política no contexto argentino. Bueno, por aqui o governo não quer nem tocar no controle que a burguesia exerce sobre os meios de comunicação. A base difusa que apoia o governo se ilude com a simulação quando um assessor de quinta ou o "sub do sub do sub" (Rui Falcão, por exemplo) DIZ algo sobre uma possível “democratização dos meios de comunicação”, geralmente em períodos próximos a alguma eleição. Mas tudo fica na declaração, como a vida prova.

Aqueles que apoiam o atual governo como expressão do horizonte político possível entre nós, deveriam pensar seriamente nas contradições e na correlação de forças existente na sociedade brasileira que permitem e EXIGEM mudanças e rupturas que mais cedo do que tarde ocorrerão. Aqueles que calam sobre as limitações e compromissos com as classes dominantes do atual governo esquecem que precisamente neste silêncio prospera a "direita" e o conservadorismo que supostamente pretendem combater.


* Economista e professor da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), Nildo Ouriques é doutor pela UNAM (Universidade Autônoma do México). Atualmente coordena o IELA (Instituto de Estudos Latino Americanos). 

Quem quiser conferir o programa De Zurda, ele está disponível nas redes sociais, pelo Youtube e pelo Facebook: https://www.facebook.com/DeZurda

quinta-feira, 3 de julho de 2014

#jornalistasmobilizados: Até onde irá a intransigência patronal?

No dia 1º de julho completou-se dois meses da data base dos jornalistas paranaenses. A negociação está travada por uma proposta dos empresários dos meios de comunicação do Estado, em especial do interior, que querem a todo custo reduzir o piso mínimo de seus trabalhadores.

Querem retirar uma conquista histórica da categoria: o piso unificado estadual. Piso este que muitos destes empresários sequer respeitam atualmente, ou seja, querem legalizar uma irregularidade que já acontece nas cidades do interior: jornalistas recebendo abaixo do piso e trabalhando em carga horária superior a cinco horas previstas na CLT (sem remuneração de hora extra) e sob a forte pressão de assédios morais dos mais variados tipos.

A principal "justificativa" dos representantes dos patrões é a dificuldade dos empresários manterem seus negócios. Uma "dificuldade" questionável pelos números apresentados pelo projeto Intermeios e o Diesse, que provam o contrário, mostrando que todos os segmentos da mídia (TV, impresso e rádio) tiveram crescimento significativo em seus faturamentos, especialmente quando comparado a desvalorização do salário de seus trabalhadores. Se há a dificuldade, que usem a criatividade em seus setores comerciais, se reciclem, mas não busquem cortar daqueles que são os verdadeiros responsáveis pela lucratividade de suas empresas. 

Na última segunda-feira (30/06), a direção do Sindijor-PR (Sindicato dos Jornalistas do Paraná) tentou reabrir o diálogo, porém eles seguem tentando nos empurrar goela abaixo uma "proposta" já rechaçada pelos trabalhadores em assembleias e por abaixo assinados. A única resposta para os trabalhadores na mesa foi: "SÓ NEGOCIAMOS COM A REDUÇÃO DO PISO (sic)!".

Enquanto outros sindicatos pelo país usam o exemplo do Paraná para lutar por piso unificado, nossos patrões paranaenses querem retroceder com uma proposta ridícula de diferenciar trabalhadores do interior e da capital. As perguntas que não querem calar: Qual o objetivo dos empresários em protelar a data base, uma vez que eles sabem que uma proposta de redução do piso já foi descartada amplamente pelos jornalistas? Até onde irá a intransigência dos sindicatos patronais?