quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Jornalistas no combate ao mau jornalismo

* Fernanda Regina da Cunha

Fatos ocorrem a cada segundo, fatos importantes, pouco importantes, fatos que dizem respeito diretamente as nossas vidas e fatos que em nada nos acrescentarão.  Informações existem ou inexistem, informações são repassadas e não são repassadas. Algumas vezes, informações são alteradas.

Difícil definir o que é pior no caso da informação: se aquela que não nos é transmitida ou aquela que sofre contaminações.  Isenção em um texto, seja ele jornalístico ou não, é algo impossível de se encontrar, no entanto, o limite de influência daquele que é responsável pela informação precisa ser ponderado. A atualidade trouxe consigo uma grande facilidade no acesso a informação. Diariamente somos bombardeados de notícias por todos os lados e aí, como filtrar?

A grande bandeja de notícias oferece ao receptor a possibilidade de analisar diversas fontes e escolher aquilo que lhe pareça mais coerente. Talvez esteja aí o poder de quem está do lado de cá da informação.  Infelizmente no Brasil, nem todos têm acesso às mídias alternativas – seria utópico demais acreditarmos que já é assim – porém, o caminho já não possui mão única. Outro fato que não pode ser negado é aquela cultura arraigada em boa parte da população, cujo fundamento aponta para as grandes empresas de mídia como a fonte de informação única necessária ao dia-a-dia. Estamos caminhando sim, mas é necessário saber que até mesmo a capacidade de discernimento passa impreterivelmente pela boa qualidade da educação formal, aquela capaz de fazer pensar, mas esse é um outro debate.

Não há dúvidas que os movimentos sociais contrários ao capitalismo que estão ocorrendo ao redor do mundo são ignorados por muitos, já que uma boa parcela dos segmentos da "grande imprensa" preferem não noticiar ou então "mascarar" as informações sobre o assunto. O controle da informação é um fato real e presente, a grande massa desconhece e continuará desconhecendo porque conta com poucos para lhe dizer da realidade.

 O jornalista e sociólogo Ignacio Ramonet já propôs a criação do "quinto poder", com a função de denunciar os grandes grupos midiáticos que não defendam a população, mas ao contrário, atuam como opositores. A academia nos ensina uma das premissas do bom jornalismo: "ouvir sempre, os dois lados". Com esse dado na cabeça já se sabe que tem algo errado acontecendo por aí.

A prostituição da imprensa irá diminuir quando os próprios jornalistas tomarem a luta para si, em defesa da boa informação e do direito dos cidadãos de receberem a notícia como é ela é - nem mais nem menos. Contextualizar uma notícia pede consciência de classe e até mesmo, espírito de humanidade, por saber que podemos, sim, atuar na transformação da sociedade. Falo aqui de resistência. A proposta aos jornalistas é de atuarem na frente de defesa dos menos favorecidos, grupo ao qual também pertencemos.

Talvez seja este o momento de parar com a reverência dedicada a certos órgãos de imprensa. Aquela mesma reverência que faz um aspirante sonhar em obedecer determinados padrões de qualidade, não apenas pelo salário, mas principalmente pelo status ideológico que aprendeu a almejar. Nesta história de guerra midiática, os jornalistas devem ser os protagonistas e irem para batalha por si e pelos outros também.

* Fernanda Regina da Cunha é jornalista em Foz do Iguaçu

3 comentários:

  1. Se começasse lá pela educação básica, ensinassem o valor de interpretar um texto, não seria tão difícil de o cidadão desvendar a agenda oculta dos veículos de comunicação que acompanha.
    Bom,enquanto o salário for prioridade pra sobrevivência do cidadão-jornalista e não a prática do que se aprende na faculdade, continuará difícil desempenhar o papel certo.

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  2. Reflexões corretas: além do Código de Ética, que é a diretriz moral do jornalista, o compromisso com a maioria da população - a que trabalha - deve ser a bússola do profissional.

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  3. Temos en nossas manos um grande poder, que deberiamos aproveitar melhor. Os Blog como plataforma é as redes sociais na internet para sua difusão. A comunidades enteras trabalhando em esse sentido, ontem assití ao vivo em Espanha de um desalojado de cinco familias de um edificio. O evento foi noticiado pelo blog y reunio muita gente entorno da entrada esperando a Policia actuar, tudo isso foi visto por uma camara tipo WEBCAM na frente do predio. Isso é o poder de convocatoria que temos en nossas manos, a midia oligarca, en quanto internet se espalha pelo mundo eles perderam poder. Isto é o començo do un novo mundo somos nois os que temos qe lutar pra que ele seja real, em 5 a 10 anos a nova internet sera muito mais rápida e com muita mais penetração que a midia tradicional. Temos que apostar a isso.
    Minhas desculpas do caso pelos erros en Portugués é a invação no Blog

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