Reproduzo para os sitiantes um texto do professor de história de Foz do Iguaçu, Danilo Georges, sobre monopólio midiático, liberdade de empresa e o papel fundamental dos comunicadores populares na busca de uma mídia verdadeiramente plural e democrática. O artigo foi originalmente publicado no portal fronteiriço Megafone – Rede Cidadania de Comunicação. Mais informações no endereço: www.megafone.inf.br e pelas redes sociais (@redemegafone)
O monopólio da comunicação exercido pelas grandes corporações da Mídia tem um forte impacto social, cultural e econômico na sociedade, a concentração de informação na mão de grandes empresas é um atentado a democracia, pluralidade de pensamentos e direitos humanos em suma um atentado a vida.
A mídia corporativista exerce um grande pacto com o capital construindo consenso sobre atores sociais, políticos e instituições financeiras. Padronizando comportamento e ditando ideologias, na qual não existe vida fora do capitalismo, exerce assim um verdadeiro controle social, tenta se apresentar como neutra mas tem um pacto com as elites econômicas que a controla.
O jornalista Denis Morais chama atenção para o monopólio da imprensa mundial segundo ele: “quatro corporações (Viacom, Disney, AOL Time-Warner e Rupert Murdoch) concentram 90% da produção de jornais, rádios, televisão, teatro e cinema, fica descaracterizada qualquer possibilidade de democracia nos meios de comunicação”.
Segundo a analise do jornalista, aproximadamente 6 bilhões de pessoas são informadas e manipuladas por 4 corporações que estão atreladas aos interesses de mercado. Há sempre espaços nos telejornais para intelectuais que defendem o sistema econômico vigente, aos contrários cabe o ostracismo, a demonização de seus pensamentos e a criminalização dos movimentos sociais que não são agregados nesse tipo de imprensa, não possuem direito ou respaldo, são sujeitos invisíveis nesse formato capitalista aonde se valoriza mais o lucro do que a vida.
Em contraposição à mídia burguesa e sua lógica perversa mercadológica, nasce dos becos, guetos, ruas, sindicatos e universidades, uma outra proposta de comunicação galgada na defesa de um dos mais fundamentais direitos humanos que é o direito de se comunicar, um outro olhar sobre a sociedade, uma nova voz que busca disputar hegemonia com o neoliberalismo, a comunicação popular tem como principal ofício dar voz aos excluídos e oprimidos aqueles que são silenciados, massacrados e invisíveis às corporações midiáticas.
A mídia monopolizada não carrega nenhuma liberdade de informação há somente a liberdade de mercado, que é protegida e assegurada pelas economias liberais capitalistas, e que fere o exercício aos direitos à liberdade de opinião e expressão. O papel dos meios de comunicação deveria ser democratizar o saber, educar, investigar, humanizar a sociedade e denunciar a corrupção.
Como a mídia oficial faz geralmente um desserviço as camadas populares, comunidades indígenas e todos aqueles que não têm o poder aquisitivo para o consumo, creio que o papel do comunicador popular é o de ir na contramão da mídia corporativista e atuar junto com a camada subalterna da população, revelando os interesses político-econômicos que levam à publicação de determinadas notícias encomendadas pela elite patronal brasileira , os comunicadores populares devem fornecer informações aos leitores que não são encontradas na grande mídia, fazendo uso de pesquisa e de reportagens utilizando muitas vezes recursos próprios.
Enfrentar a elite e os desmandos de empresas que insistem em colocar o lucro acima da vida é o objetivo vital de quem se propõe lutar pela democratização da comunicação, a comunicação popular tem que estar atrelada a um projeto educacional não formal, é necessário exercer uma pedagogia libertária e emancipatória onde todos tenham acessos à informação e o direito a comunicação.
A luta por uma outra mídia é vital, urgente e necessária para que a humanidade possa aspirar um novo mundo aonde se prevaleça a demanda coletiva e não individual, pautando os direitos e não privilégios, almejar valores igualitários e assegurar a diversidade de opinião, acima de tudo, viver em uma sociedade anti-capitalista.
Danilo Georges é professor de história em Foz do Iguaçu.
Salve camarada obrigado por divulgar o texto, nossa web-comunicação comunitária é mais que necessária, blogueiros do mundo uni-vos!!
ResponderExcluiratt
danilo georges.
Salve Danilo, tomei a liberdade de reproduzir o texto do Megafone por aqui. Blogosfera democrática é isso, por aqui sempre terá um espaço para comunicação popular e comunitária.
ResponderExcluirA porteira do Sítio está aberta!
Abraço