Solange e Miguel encenam 'A Princesa e o Pirata' |
A sina de artistas que escolhem viver da cultural marginal e contra-hegemônica é de nadar contra a maré. Uma escolha que grande parte das vezes é forçada pela falta da contrapartida do poder público. Há anos essa 'sina' de lutar contra a corrente acompanha o casal Miguel Joaquim das Neves e Solange Esequiel. Eles desenvolvem projetos ligados ao teatro, musicalização e cultura popular em bairros da periferia de Cascavel.
Atores profissionais, Miguel e Solange driblam as dificuldades para manter projetos que não contam com um único 'centavo oficial'. Nos últimos meses eles têm levado alegria às crianças com o espetáculo teatral 'A Princesa e o Pirata'. As apresentações vêm acontecendo – especialmente – em pastorais e associações comunitárias.
A última delas aconteceu no último fim de semana no bairro Floresta, região onde a dupla há pouco tempo desenvolvia o 'Ensinar', projeto que precisou de uma pausa. Cerca de 60 crianças faziam parte do projeto que tinha como principal objetivo promover cidadania e descentralizar a produção cultural na cidade. A intenção de Miguel e Solange é retomar o projeto o quanto antes.
O Ensinar contava com oficinas de violão e aulas de teatro com as crianças dos bairros Floresta e Sanga Funda. Era uma proposta que não visava lucro, mas que necessita de maior apoio e patrocínios. No fim de 2010, oportunidade que esse blogueiro teve um longo papo com o artista, ele já projetava as dificuldades em seguir com o projeto. "é uma semente que eu e a Solange queremos plantar. Amanhã se alguém me disser que quer assumir o projeto, trazer professores para cá, para mim está ótimo. O interesse não é que o projeto seja meu", falou na oportunidade.
A 'centralização' e burocratização da cultura dificulta o trabalho de artistas que precisam (sobre)viver sem o apoio oficial. Um trabalho – que segundo palavras do próprio Miguel – acaba sendo 'pancada'. "Costumo dizer que Cascavel é uma faculdade de artes cênicas, se você conseguir sobreviver quatro, cinco anos dela fazendo cultura, você consegue dar aula no Golfo, no Iraque, até na Faixa de Gaza", brinca o artista, que ironiza. "O Anchieta conseguiu catequizar os índios pelo teatro, mas aqui nós não conseguimos fazer isso com o cascavelense".
A dificuldade financeira também faz com que o casal perca oportunidades de levar sua arte para locais mais distantes. "Fomos convidados para participar do Festival de Teatro em Curitiba, mas não tivemos condições de ir", confessa Miguel. O casal levaria à capital do Estado a peça 'Sombras de um Passado'.
Sobrevivendo de festas infantis e de peças vinculadas a instituições, Miguel e Solange seguem enfrentando as barreiras da desvinculação do apoio oficial. Eles seguem sua 'sina' – palavra que também dá nome a um livro editado pelo poeta Miguel Joaquim das Neves, que junto com sua companheira Solange, se entregam de carne e osso à representação do ideal marginal da cultura popular, aquela de caráter transgressor e que se constitui em ferramenta de reflexão.
Atores profissionais, Miguel e Solange driblam as dificuldades para manter projetos que não contam com um único 'centavo oficial'. Nos últimos meses eles têm levado alegria às crianças com o espetáculo teatral 'A Princesa e o Pirata'. As apresentações vêm acontecendo – especialmente – em pastorais e associações comunitárias.
A última delas aconteceu no último fim de semana no bairro Floresta, região onde a dupla há pouco tempo desenvolvia o 'Ensinar', projeto que precisou de uma pausa. Cerca de 60 crianças faziam parte do projeto que tinha como principal objetivo promover cidadania e descentralizar a produção cultural na cidade. A intenção de Miguel e Solange é retomar o projeto o quanto antes.
O Ensinar contava com oficinas de violão e aulas de teatro com as crianças dos bairros Floresta e Sanga Funda. Era uma proposta que não visava lucro, mas que necessita de maior apoio e patrocínios. No fim de 2010, oportunidade que esse blogueiro teve um longo papo com o artista, ele já projetava as dificuldades em seguir com o projeto. "é uma semente que eu e a Solange queremos plantar. Amanhã se alguém me disser que quer assumir o projeto, trazer professores para cá, para mim está ótimo. O interesse não é que o projeto seja meu", falou na oportunidade.
A 'centralização' e burocratização da cultura dificulta o trabalho de artistas que precisam (sobre)viver sem o apoio oficial. Um trabalho – que segundo palavras do próprio Miguel – acaba sendo 'pancada'. "Costumo dizer que Cascavel é uma faculdade de artes cênicas, se você conseguir sobreviver quatro, cinco anos dela fazendo cultura, você consegue dar aula no Golfo, no Iraque, até na Faixa de Gaza", brinca o artista, que ironiza. "O Anchieta conseguiu catequizar os índios pelo teatro, mas aqui nós não conseguimos fazer isso com o cascavelense".
A dificuldade financeira também faz com que o casal perca oportunidades de levar sua arte para locais mais distantes. "Fomos convidados para participar do Festival de Teatro em Curitiba, mas não tivemos condições de ir", confessa Miguel. O casal levaria à capital do Estado a peça 'Sombras de um Passado'.
Sobrevivendo de festas infantis e de peças vinculadas a instituições, Miguel e Solange seguem enfrentando as barreiras da desvinculação do apoio oficial. Eles seguem sua 'sina' – palavra que também dá nome a um livro editado pelo poeta Miguel Joaquim das Neves, que junto com sua companheira Solange, se entregam de carne e osso à representação do ideal marginal da cultura popular, aquela de caráter transgressor e que se constitui em ferramenta de reflexão.
Triste a notícia do impedimento da participação dos artistas no Festival na capital.
ResponderExcluirDesejo-lhes força na caminhada.
Alíás, fortes eles já são - pois sobrevivem da arte em nosso grande país amado e desigual.