Tom Morello no Ocupe Wall Street |
O muro humano montado na "murada rua" já completou mais de um mês e meio e tem crescido tanto em força quanto no apoio internacional de outros países. Construído em outrora para impedir a fuga dos escravos, Wall Street hoje é o muro que nos aprisiona ao chamado "Deus Mercado", que o escritor Eduardo Galeano costuma adjetivar como um "tremendo deus traíra e FDP!"
A convocação para o Ocupe Wall Street partiu das (ainda) democráticas redes sociais. Os protestos iniciaram na "Big Apple" e ganharam o mundo, tendo como o auge o dia 15 de outubro, onde movimentos que conclamaram a Democracia Real exerceram o sagrado direito da indignação em mais de 80 países, incluindo o Brasil.
Como discursou Michael Moore "à dependência a ganância" nos levou ao epicentro da crise do capitalismo internacional, endividando a terra do Tio Sam em mais de 13 trilhões de dólares. Os EUA, por sua vez, jogam todo o peso da crise sobre os demais países, por meio da emissão descontrolada de dólar sem nenhum lastro.
A matemática é simples: como todas as operações comerciais e financeiras do mundo são feitas em dólar, o resto do mundo acaba pagando a conta deles. Na Europa, por exemplo, as taxas de desemprego vêm crescendo a cada dia, aumento também o número de revoltas populares.
'Fúria contra o sistema'
Revolta popular e "rabia" contra esse sistema movido pela ganância também versam as canções da banda californiana Rage Against The Machine (RATM), que entre idas e vindas, completa 20 anos em 2011. Formada por ativistas – especialmente Zack de La Rocha (vocal) e Tom Morello (guitarrista) – o grupo tem uma relação próxima com Michael Moore e com o Ocupe Wall Street.
Também por meio das redes sociais, Tom Morello tem convocado por meio de seu twitter (@tmorello) os indignados a ocuparem as ruas de Los Angeles (#OccupyLA). Ele também se juntou aos protestos no centro financeiro, oportunidade em que interpretou canções de seu projeto solo Nightwatchman, entre elas a sugestiva "World Wide Rebel Songs".
Mas antes mesmo do Ocupe Wall Street, o RATM já tinha feito sua própria ocupação das ruas do centro financeiro durante as gravações do clipe de Sleep Now In The Fire (Dormindo sobre as chamas), que faz parte do repertório do album The Battle in LA. Sob direção de Moore, o clipe foi gravado em janeiro de 2000 em meio à turbulência da queda da bolsa em NY e o aumento dos juros.
Assim como no início das mobilizações do Ocupe Wall Street, o RATM também sofreu com a repressão do aparato estatal. Incomodada com a "ocupação", a polícia partiu para cima dos integrantes da banda, que foram levados para dentro do movimentado salão interno da bolsa de valores. Moore foi ameaçado de prisão pelos policiais. Toda a gravação aconteceu antes que o esquema de segurança de Wall Street fosse ativado e barras de metais fechassem as portas do maior complexo financeiro do planeta.
Coesão Social
Amparados no direito constitucional de liberdade de reunião, associação, protesto e expressão, os manifestantes do Ocupe Wall Street estão soltando a voz diante desse processo decadente que passa – não somente o sistema neoliberal – mas também a democracia representativa e suas instituições oficiais. Os indignados da "rua murada" e seus apoiadores pelo mundo atenderam a convocação de Sleep Now In The Fire, "levantando os punhos para marcharem e não serem arrastados para covas", desnudando a mística da existência de uma coesão social, especialmente na terra do Titio Sam.
Acima a ocupação feita 11 anos atrás pelo RATM em Wall Street. Até a próxima semana sitiantes com informações sobre o #BlogMundoFoz
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