sábado, 14 de abril de 2012

MST realizará ato em memória de Eldorado dos Carajás

Eldorado dos Carajás (Paulo Araújo/Folha Imagem)
Ao longo do mês de abril várias mobilizações são realizadas por trabalhadores do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). A programação faz parte do 'Abril Vermelho', atos em prol da reforma agrária no País. Em abril, os integrantes dos movimentos sociais de luta pela terra também realizam manifestações em memória ao Massacre de Eldorado dos Carajás, a chacina no Pará onde foram assassinados 21 sem-terra em 17 de abril de 1996.

Os sobreviventes daquele massacre ainda têm dúvidas do número oficial de mortos divulgados pelo Estado, pois há crianças, homens e mulheres desaparecidos que não estão na lista dos mortos e também não foram encontrados depois. Dois meses após a operação policial, uma ação coletiva teve início na Justiça. O processo é considerado o maior da história criminal brasileira em número de réus, no total são 155 policiais. Em 2002, saiu a decisão da Justiça: dos 155 acusados, 142 foram absolvidos, 11 acabaram sendo retirados do processo e apenas dois condenados. A partir de então o 17 de abril tornou-se oficialmente o Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária.

Em Cascavel, integrantes do MST farão na próxima terça-feira (17/04) - data onde serão completados 16 anos do Massacre de Eldorado - uma manifestação em frente ao assentamento Valmir Mota, na rodovia BR-277, a partir das 8h. O ato envolverá trabalhadores camponeses e os 'sem-terrinha', crianças dos acampamentos e assentamentos. O nome do assentamento onde acontecerá o ato é uma homenagem ao militante 'Keno', morto há cinco anos em confronto com seguranças-milicianos na antiga estação da multinacional Syngenta, em Santa Tereza do Oeste.

Além dessa manifestação, trabalhadores sem-terra da região Oeste irão à Brasília para outras atividades alusivas ao Abril Vermelho. Em Curitiba, segundo informações da assessoria de comunicação do MST, militantes farão nesta segunda-feira (16/04) uma marcha até a Superintendência Regional do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária do Paraná) para fazer a entrega de uma pauta de reivindicações.

A mobilização tem por objetivo cobrar tanto do governo federal quanto do estadual a realização da reforma agrária, que se encontra paralisada no país, sendo que somente no Paraná cerca de seis mil famílias permanecem acampadas, em situação precária, vivendo em beiras de estradas e em áreas ocupadas, e que muitas vezes são vítimas da violência do latifúndio e do agronegócio.

Um comentário:

  1. opa... a companheirada já esta na estrada em direção a Brasília, e amanhã sairemos para Curitiba... com muita disposição para a luta.

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