sábado, 7 de fevereiro de 2015

Pela humanização do parto e da saúde!

Grupo realizou ato no calçadão central de Cascavel
Mães, pais, gestantes, profissionais de saúde e ativistas promoveram neste sábado (07/02), em Cascavel, uma mobilização em defesa do Parto Humanizado. Com faixas, cartazes e panfletos, o grupo buscou chamar a atenção para questões como o crescimento da violência obstetrícia e o alto número de cesarianas no país.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendam que apenas 15% dos partos sejam realizados por cesáreas. Mas, no Brasil, o “campeão mundial no procedimento”, o percentual chega a 84%, no sistema privado de saúde e 40% no SUS (Sistema Único de Saúde).

A desumanização da saúde pública, a desinformação e preconceito ainda são barreiras a serem superadas para que esse quadro seja alterado. É o que explica Marieli Araújo Marcioli, coordenadora do Gesta Cascavel – Grupo de Apoio à Gestante e ao Parto Ativo. “Ao longo das últimas décadas a mulher deixou de ser a protagonista do parto, sendo pouco encorajada a enfrentar um processo que é natural”, comenta.

O parto de uma gestação de baixo risco pode ser encarado como algo natural como a própria 
concepção. “O corpo da mulher está fisicamente preparado para esse procedimento humanizado. Infelizmente se hospitalizou o parto, tirando das mãos da mulher esse protagonismo e passando ele para os médicos”, destaca Marieli.


Para a coordenadora do Gesta Cascavel, esse primeiro ato surtiu o resultado esperado. “Obviamente que essa é apenas uma primeira iniciativa perto de tudo que ainda precisa acontecer. Mas acho que cumprimos o papel de levar maior informação e dar viabilidade a essa bandeira”, afirma Marieli, completando que o grupo buscou conscientizar pelos direitos das mulheres e crianças diante do parto e um alerta aos casos de violência obstétrica que inclui maus tratos e até mesmo mutilações.

O vereador Paulo Porto (PCdoB), um dos apoiadores do ato, destacou que é ainda há muita desinformação sobre o tema e que é preciso levar esse debate para a esfera pública. “Precisamos pensar políticas públicas que caminhem nesse sentido de humanizar nossa saúde”. Para Porto, um primeiro passo foi dado em Cascavel com o início da construção da nova ala materna do HUOP (Hospital Universitário do Oeste do Paraná), que terá uma estrutura preparada para atender o parto humanizado.

Em janeiro, a Agência Nacional de Saúde divulgou as novas regras para a realização de partos no Brasil. O objetivo da ANS e do Ministério da Saúde é estimular a realização dos partos normais.

Sobre o parto humanizado

* Ter um acompanhante da sua escolha antes, durante e depois do parto (Lei 11.108/2005);
* Ser orientada sobre o trabalho de parto com direito de: alimentar-se, caminhar, tomar banho quente, receber massagens, fazer exercícios na bola e no cavalinho;
* Pode escolher a posição que desejar parir: semi-sentada, deitada de lado, de quatro ou de cócoras junto com seu acompanhante, assistida por médico, enfermeira obstetra ou doula;
* O bebê deve ser colocado no colo da mãe logo após o nascimento, antes do cordão umbilical e antes de qualquer procedimento;
* A amamentação deve ser iniciada ainda na sala de parto, logo nos primeiros 30 minutos após o nascimento;
* Sem corte na vagina (episiotomia) a recuperação pós-parto se torna mais rápida, segura e mais confortável;
* Com o parto natural as complicações são menos freqüentes e o tempo de internação e recuperação é menor.

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