Do alto da Rua XV de Novembro, um dos pontos mais tradicionais da capital paranaense, mas especificamente no Café do Comércio, nasce o meu mais 'velho amigo', que completa hoje 89 anos. Lá foi concebido o clube mais popular do futebol do nosso Estado, o Clube Atlético Paranaense, ou simplesmente o 'Trétis', fruto da fusão do 'rubro' América e do 'negro' Internacional.
A primeira partida oficial não poderia ser mais apropriada, pois não foi apenas a primeira vez do rubro-negro, mas o pontapé inicial para a maior rivalidade do Paraná: o ATLEtiba. Fundado 12 anos antes, o Coritiba, de alcunha 'coxa-branca', era o mais importante time do Estado, mas sucumbiu diante do 'debutante' rubro negro: 2 a 0 fora o baile!
Mais tarde, em 1949, nasce o esquadrão da dupla Jackson e Cireno, que foi primeiramente chamado de 'Tufão' pelos jornais, porém ao perceberem que o vento ainda era mais forte, recebeu o apelido de 'Furacão'. Já em 1968, entra em cena o grande Barcímio Sicupira, que não tive a felicidade de ver jogar, mas que em virtude do advento das 'novas tecnologias', guardo na memória a pintura do gol de bicicleta em sua estreia contra o São Paulo, na Vila Capanema.
Se nossas famílias já amamos desde o berço, tenho que confessar que escrever sobre o Atlético é como escrever de minha 'primeira paixão'. Falar do rubro-negro é viajar no tempo e voltar ao final dos anos 80 e início dos 90. Na época já tinha plena convicção do 'uniforme de guerra' que iria usar para o resto da vida, mas foi somente nesta fase que comecei a frequentar aquele que para mim sempre foi o 'antro' mais empolgante que já conheci.
Lembro em especial de duas oportunidades; meus pontapés iniciais na antiga quadra anexa ao Joaquim Américo e principalmente ao subir a rampa do 'Caldeirão do Diabo' certa vez com meu pai e outra com meu avô, torcedores do extinto 'Boca Negra' e dos 'verdes', respectivamente, mas que não hesitavam em me levar aos jogos e treinos do time do meu coração.
Para um garoto do alto de seus 9 ou 10 anos era uma cena de arrepiar. Na rampa, aquele grande ‘CAP’ de pedra, um 'bando de malucos', com grandes bandeiras com caveiras pintadas, faixas e instrumentos de percussão. Ao começar as 'batalhas' pensava se aquelas estruturas um tanto precárias do antigo tobogã eram seguram, pois tremiam junto com a adrenalina dos apaixonados.
Arrepio maior então ao ouvir pela primeira vez - desta vez em 'campo inimigo' nas desgastadas ruínas do Major Pereira - a famosa paródia de The Wall, pois, ao mesmo tempo também começava meus prazeres pela música do 'dito cujo', o bom e velho rock n roll. Minha imaginação fluía de tal forma que conseguia visualizar Roger Waters e David Gilmour mandando em melodia a coxarada para o lugar "que é deles de direito".
Enfim, 26 de março é uma data especial, o aniversário de um 'grande amigo', que a cada encontro - mesmo a distância - extravaso com ele emoções e dou um tempo nos percalços do dia a dia. Como qualquer amigo, ele proporciona grandes alegrias e também decepções, mas como amigo fiel, não posso me furtar de perdoá-lo. Em nome desta amizade e de todos atleticanos, fica os parabéns aos 89 anos do time de maior torcida do Paraná e a todos os fanáticos que vestem o manto rubro-negro, assim como cantado nos versos de Zinder Lins: "somente por amor".
Falar do Atlético em minha vida me faz voltar ao início de 90, quando eu via meus familiares jogarem bola num antigo clube que havia no então hoje viveiro do IAP de Guarapuava.
ResponderExcluirNele jogavam torcedores de vários times, mas aquela camiseta rubro-negra que eu usava, com o brasão do time apresentado desde o berço, ficam na memória.
Ainda no inicio de 90 o futebol foi deixado um pouco de lado, tomado pelo fervor que era nos deixado pelo grande Airton Sena, mais tarde passou para o esporte que mais amo o judô com seus guerreiros.
Mas sempre acompanhando de longe o clube que tinha a torcida mais fervorosa e respeitada (muitas vezes temida).
No final da década de 90, com o desenvolvimento geral no Furacão e com o declínio dos demais esportes, o Furacão voltou a se tornar rotina em meu dia-a-dia o acompanhando e seguindo.
Nunca me esquecerei da noite de inauguração da nova baixada,que em seu primeiro jogo demonstrou o poder de nosso time e torcida. Lembro-me que era uma noite muito fria em Guarapuava e eu sentado no sofá sob as cobertas vi Lucas inaugurar, o estadio mais moderno da América Latina, com um Gol que parecia uma pintura. Nunca mais me esquecerei do 2x1 sobre o Cerro Porteño.
Depois disso veio a Glória... o Brasileiro, o vice Brasileiro, o vice da Libertadores...
Como você comentou nobre amigo Julio, as vezes nosso amigo deixa a desejar. Porem sempre seguimos forte com ele. Foi assim ano passado!
Entra ano e sai ano e queremos que ele demonstre que quer retornar, ser o antigo Furacão de Glórias e mesmo assim se não acabar sendo... Continuaremos aqui sempre junto com o nosso Atlético, sempre usando com muito valor nossa camisa, cantando e entoando seus gritos para que as demais camisas sintam temor, pelo amor que sentimos por esse clube.