quinta-feira, 20 de novembro de 2014

'Passaralho': Demissão em massa na Folha de Londrina

Arte: Simon Taylor/Sindijor-PR
Os Sindicatos dos Jornalistas do Norte do Paraná e do Estado do Paraná manifestam sua indignação com as demissões ocorridas nesta quinta-feira (20/11) de 20 profissionais - dos quais oito da redação - na Folha de Londrina, em Londrina, com a alegação de corte nos custos de produção do jornal. O jornalismo no País atravessa um período de crise por sua perda de qualidade e isso está diretamente relacionado à redução do número de jornalistas nas redações.

Nos últimos anos, os leitores viram minguar o número de páginas dos jornais, que chegam às bancas cada vez mais enxutos e com matérias produzidas por assessores de imprensa e agências de notícias. O jornalismo local, de valorização da comunidade, vem perdendo espaço. Isso decorre da visão estreita dos empresários de comunicação que cada vez mais desvalorizam os profissionais que, dia a dia, saem em busca de notícias sobre política, cultura, educação, esporte e tantos outros assuntos que fazem parte do cotidiano de uma cidade.

Em 2013, a presidente Dilma sancionou a lei de nº 12.844/2013, que prevê a desoneração da folha de pagamento para as empresas de comunicação social. Isso ocorreu após reivindicação da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT), da Associação Nacional dos Jornais (ANJ) e da Associação Nacional dos Editores de Revista (ANER). De acordo com a lei, a contribuição de 20% ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) sobre a folha de pagamento será substituída pela alíquota de 1% do faturamento das empresas.

Os donos da mídia, entretanto, têm promovido demissões em massa pelo Paraná e pelo Brasil. No último mês, foram mais 40 demissões na Gazeta do Povo. Eles mostram que não têm qualquer compromisso com a manutenção de empregos e muito menos com a construção de um país melhor.

Não estão preocupados com a informação de qualidade e com o debate público sobre questões de interesse público. A única preocupação das empresas tem sido o lucro do negócio. Descartar jornalistas experientes e com mais tempo de casa, por terem salários acima do piso da categoria – uma categoria que tem um dos pisos mais baixos entre as várias categorias profissionais – demonstra uma visão que despreza o conteúdo e a qualidade em nome dos interesses comerciais.


A competência, dedicação e compromisso com o bom jornalismo não entram na conta dos donos da mídia. Eles ainda não aprenderam a lição de que jornal se faz com jornalistas.

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