Péssimas condições de trabalho em frigoríficos será um dos focos |
A concentração será a partir das 9 horas, na Boca Maldita, no calçadão da Avenida Brasil. Os manifestantes farão caminhadas até o Ministério do Trabalho e o INSS, onde entregarão uma carta aberta à população. O principal objetivo é chamar a atenção da sociedade para a gravidade dos acidentes de trabalho no Brasil, especialmente denunciar as péssimas condições de trabalho a que estão expostos os trabalhadores de frigoríficos avícolas e de carnes na região Oeste do Paraná.
As doenças do trabalho são comuns no processo de produção dos frigoríficos, pois a organização do trabalho geralmente ocorre em linhas de montagem, especialmente nas nórias, onde os frangos são pendurados, causando LER (Lesões por Esforço repetitivo) e DORT (Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho), além dos casos de mutilados. "Esses trabalhadores estão expostos a carga excessiva de jornada de trabalho, ambientes insalubres, gestos repetitivos, hora determinada para ida ao banheiro ou beber água", comenta o reverendo Luiz Carlos Gabas, da Igreja Anglicana de Cascavel.
Segundo dados da OIT (Organização Internacional do Trabalho), divulgados em 2013, 2 milhões de pessoas morrem por ano por conta de doenças ocupacionais no mundo. Já o número de acidentes de trabalho fatais ao ano chegam a 321 mil. Neste panorama, a cada 15 segundos, um trabalhador morre por conta de uma doença relacionada ao trabalho. No Brasil, são quase 4 mil mortes anualmente em decorrência de acidentes de trabalho. Os dados da OIT colocam o país como quarto colocado no ranking mundial de acidentes fatais de trabalho.
Porque 28 de abril?
Em 28 de abril de 1969, a explosão de uma mina nos Estados Unidos matou 78 trabalhadores. A tragédia marcou a data como o Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidentes do Trabalho. Encampando essa luta, mas com foco na prevenção, a Organização Internacional do Trabalho instituiu em 2003 o 28 de abril como o Dia Mundial de Segurança e Saúde no Trabalho.